quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Comparativo Ninja 250 R, Kasinski Comet GT 250R, e Honda CBR 250

Comparativo Ninja 250 R, Kasinski Comet GT 250R, e Honda CBR 250

fonte: motonline.com

Cada produto tem como meta atender a um público específico e em geral a fábrica mira um pouco à margem da concorrência. E isso faz sentido porque cada empresa quer apostar que seu modelo convence mais os compradores do que a alternativa. Então, mesmo que vários fabricantes de motos almejem o mesmo mercado certamente algumas características serão diferenciadas, procurando ser de mais agrado a uns do que de outros.
Então, atendendo a pedidos, resolvemos fazer uma análise das características das 250 esportivas: Kawasaki Ninja 250 R, Kasinski Comet GT 250R  e da Honda CBR 250 R e a conclusão será sua, de acordo com seu gosto e preferência. Afinal, gosto não se discute.




Kawasaki Ninja 250 R - Dois cilindros, 33 CV a 11.000 rpm e 152 Kg
Kawasaki Ninja 250 R - Dois cilindros, 33 CV a 11.000 rpm e 152 Kg



Na estética
O desenho da Kawasaki remete à cultura das Ninjas. O farol duplo recortado lembra as motos maiores da marca, mas já um tanto ultrapassado. A Honda, também tem nas suas linhas o DNA das esportivas, mas bem atuais da marca. A frente estilo VFR 1200 se mistura com as laterais tipicamente CBR e com as asas no tanque.
A Kasinski Comet GT 250 R remete às grandes Suzuki super esportivas. O bico estreito da carenagem com seu farol duplo um sobre o outro mantém o perfil estreito mas a impressão que ela passa é de uma moto bem maior do que realmente é. Isso pode ser de agrado ao público.
Motor:
Verificando números a Kawasaki supera a Honda e Kasinski e se olharmos a ficha técnica dos motores, em termos de performance pura essa moto é campeã.
CometGT250R_400x
Kasinski Comet GT250R - dois cilindros em V, 26 cv a 10.000 rpm e 182 Kg
Mas performance do motor numa motocicleta não é tudo. Há que se avaliar aspectos às vezes escondidos nos números. Por exemplo: 33 cv a 11.000 rpm soa muito melhor do que 26 cv a 8500, e isso é correto. Porém ao avaliar-se a curva de potência das motos verifica-se que em termos de usabilidade a Honda supera a Kawasaki. São 2,44 Kgf.m de torque em 7000 rpm na Honda contra 2,24 Kgf.m a 8200 rpm na Ninjinha. Na Kasinski Comet GT250 R o torque é de 2,04 Kgf.m e a potência, como na Honda tem seu máximo de 26 cv a 10000 rpm e assim a configuração das curvas das duas, tanto de torque quanto de potência facilitam a pilotagem, mais  do que na Ninjinha.
cbr250r__a_mais_leve
Honda CBR 250 R um cilindro, 26 cv a 10.000 rpm e 154 Kg com ABS
torque_250_280x
Torque equivalente em números mas na Honda e Kasinski a curvatura facilita a pilotagem
power_250_280
Pura potência da Ninja 250 R a faz campeã nesse quesito, Honda e Kasinski se equivalem
O que isso significa? Por exemplo: Em situações de saídas de curvas, a Ninja necessita mais atenção do piloto para adequar a marcha para ter disponível potência suficiente. Ele precisa estar em alta rotação. Na CBR 250 R a potência, embora menor fica em rotação mais baixa e com mais torque e portanto mais “à mão” do motociclista. Ele não precisa estar tão atento à rotação do motor. Em determinadas situações a aceleração da Honda pode ser melhor do que a da Kawasaki. Isso proporciona facilidade em conduzir e mais versatilidade. O motor está pronto para responder em qualquer situação. Entretanto em pista aberta, sem necessidade de adequação de velocidade para curvas ou outro obstáculo a Kawasaki desenvolve mais velocidade e aceleração.
Outra diferença está na faixa útil de rotação. A Honda tem uma faixa utilizavel entre 6.000 e 10.000 rpm, rotação em que o motor gera próximo de 20 cv e o torque está bastante alinhado. No caso da Ninjinha o torque estará mais alinhado somente acima de 8000 rpm, forçando novamente o uso de rotação alta.
Em termos de concepção do motor a Kawasaki tem os dois cilindros em linha, arrefecido a líquido e  montado transversalmente no chassi. A Kasinski tem o seu motor de dois cilindros numa configuração em V e arrefecimento a ar. Na Honda CBR 250 R a configuração é de um único cilindro arrefecido a líquido.
Câmbio:
Na honda e Kawasaki o câmbio é de seis marchas e essas duas tem um escalonamento bem justo para aproveitar toda faixa útil do motor. Na Honda se percebe maior elasticidade por causa da característica do motor.  Na verdade eles são muito parecidos e proporcionam trocas rápidas e precisas. A embreagem da Ninja sofre um pouco mais por causa da característica do motor, que para superá-la o piloto provoca mais patinação para levantar o motor em situações de necessidade. Já a Honda, por causa da diferença do motor não exige tanto da embreagem. Ela se apresenta mais macia e precisa. A Comet tem cinco marchas e parece que a sexta faz falta se compararmos às outras duas. O câmbio é bastante longo e o escalonamento mais distribuido, por não ter a sexta marcha. Isso deixa a moto às vezes sem opção de melhor rotação do motor para mais aceleração. Dai, usa-se a embreagem, a mais dura das três, para tentar colocar o motor com mais potência para uma aceleração melhor.
Ciclística:
Agora a situação se inverte. No motor, a Ninja 250 é mais esportiva mas na ciclística ela é mais comportada. O aspecto em que a CBR 250 é mais comportada é no motor, na ciclística ela se torna mais esportiva. Embora mais pesada na escala da balança, a Honda parece mais leve por ter uma geometria mais rápida. Nela, a distância entre eixos é de 1.369mm, rake de 25º e  trail de 95mm. Na Kawasaki a medida é 1.400mm entre eixos, com 27º de rake e 85mm de trail. Note que os 10mm de diferença no trail mais longo da Honda gera uma tendência a uma resposta mais lenta na direção, mas os outros fatores todos prevalecem.
O chassi conta com uma geometria que se comporta de forma lenta nas manobras, entre outras causas, a longa distância entre eixos
O chassi conta com uma geometria que se comporta de forma lenta nas manobras, entre outras causas, a longa distância entre eixos
Na Comet a ciclística se mostra a mais lenta de todas. Com entre eixos mais longo, trail e rake no meio termo, de 85mm e 25,5º respectivamente. O resultado é uma moto que passa a sensação de maior peso, que de fato tem. Exige mais força para as mudanças rápidas de direção. Alia o fato de que também é a mais pesada das três. Se a suspensão não fosse tão dura seria a mais confortável delas, mas com garupa esse efeito diminui.

O chassi da Comet GT 250 R é o mais lento das três. Mais longa, rake e trail entre as duas outras motos mas o peso que se sente na mão é maior
O chassi da Comet GT 250 R é o mais lento das três. Mais longa, rake e trail entre as duas outras motos mas o peso que se sente na mão é maior
Então, o entre eixos mais curto e o ângulo menor de rake deixam a CBR 250 R com uma resposta mais rápida na direção, proporcionando maior esportividade.
A CBR 250 R tem uma ciclística mais esportiva, com respostas mais rápidas
A CBR 250 R é a que tem a ciclística mais esportiva, com respostas mais rápidas e maior sensação de levesa
Freios:
Dessas 250 esportivas a única que conta com ABS opcional é a Honda. O sistema consagrado responde com precisão surpreendente, indo até o limite de tração de cada roda antes de ser acionado o sistema anti bloqueio. Mesmo sem o sistema os freios dessa moto são excelentes. Com ótima modularidade e potência de frenagem.
Da Kawasaki Ninja 250 R os freios margarida são excelentes também. Boa modularidade e força permitem frenagens precisas.
Na Kasinski a força dos freios é muito grande e falta um pouco de modulardade. Às vezes é difícil colocar a pressão certa para uma frenagem eficiente, sem travar as rodas ou ficar aquém da força necessária para parar ou diminuir a velocidade da forma desejável.
Mercado:

A chegada da Honda CBR 250 causou grande expectativa no segmento, até meados deste ano dominado pelas duas motos equipadas com motor de dois cilindros – Ninjinha e Comet. A prometida venda de 800 unidades por mês declarada pela Honda em abril não se concretizou, mas como era esperado, a Honda CBR 250R passou a liderar o segmento em junho deste ano.
Seu preço aproximadamente R$2.000,00 a mais que suas concorrentes é certamente um fator inibidor para um volume maior de venda. Contudo, o número de concessionárias e a força da marca exercem sua influência a favor da Honda e neutralizam o efeito negativo do preço mais alto. Contudo, a maioria dos consumidores do segmento preferem a Honda e isso demonstra que nem tudo é força, velocidade e esportividade. E neste caso, a Honda sabe explorar bem o valor da sua marca.

A liderança que Honda veio exercer no segmento é positiva, pois deu mais peso ao segmento, já que os números mostram que a Honda não tirou consumidores da Kawasaki ou da Kasinski. Note que a média de venda em 2011 foi de 736 motos por mês e, neste ano, cuja queda foi forte, em agosto as vendas já superaram 1000 unidades e setembro chegou a 1121 unidades. Isso mostra claramente que novos consumidores entraram no segmento. Mérito da Honda CBR 250R.
Se você tem alguma dessas motos aqui, opine sobre ela!
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Percebe-se também que a queda nas vendas das duas “veteranas” não foi assim tão forte e que a tendência a partir de outubro é que o setor de motocicletas possa se recuperar, o que deverá mostrar uma nova realidade.  Há ainda a Dafra Roadwin que não aparece neste levantamento, pois não está nos números da Fenabrave entre as 10 esportivas mais vendidas. Mas os dados da Abraciclo mostram que a Dafra faturou 410 unidades da Roadwin em 2012.


















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